sábado, novembro 12, 2011

Educação ou uso capião

Nestes últimos dias, ao tentar entender o facebook, percebi que era recorrente a questão da USP nos comentários, depoimentos e etc sobre o caso da Universidade de São Paulo - USP e seu caso com a PM - Policia Militar.

Além do impressionante número de entendedores, especialista em USP e em maconha "sem nunca ter pisado lá e sem nunca ter fumado maconha" ter recheado os comentários do face sobre o assunto, fiquei extremamente impressionada como todo mundo entende o que ocorre dentro de uma universidade gigantesca e com tantos núcleos com uma complexa organização. Quando as fumaças dos grandes e péssimos movimentos sociais continuarão a tapar o real problema da falta de estrutura, investimento, vontade política que assola a Educação Brasileira como um todo, universitária então nem se fala.

Em 1995, minha irmã, com o intuito de incentivar dois amigos nossos, prestou a tão discutida USP. Passou em Letras, Português e Espanhol, o primeiro ano somente fez as matérias básicas do curso de Português, porque pasmem a USP não tinha professores para as aulas de Espanhol. Fora que a USP tem uma metodologia na qual o aluno é responsável pela distribuição das matérias em créditos. Formar-se na USP em 7 anos em um curso de Letras não é jubilar é algo corriqueiro para uma faculdade que ainda insisti em manter um conteúdo programático e um esquema de escolhas por matérias, ai sim para quem não trabalha, não que este seja o real público da USP.

Um reitor nomeado pelo governo da situação que está há 08 anos no poder, e não querendo empurrar esta discussão para a área política ou partidária, confesso que uma Cidade, como é a Cidade Universitária deveria ter uma eleição mais colegiada e democrática.

Eu falei Cidade?! Olha não é que falei!

Um comentário que uma amiga compartilhou no face que uma arquiteta sabiamente questionou, um dos poucos comentários com sentido neste bando de comentários baseados na falta de informação, que falaremos mais tarde neste texto.

O que é a USP? O problema da segurança na USP já começa por ai. O que é a USP? Ela é um campus de uma faculdade pública, como a FATEC como a CETESP. Não há PM nestes locais porque eles são campus, são seguranças que o fazem. Ela faz parte da cidade de São Paulo com suas ruas e bairros, mas ela tem transporte público próprio, possui "prefeitura" e pior, ou melhor dependendo de quem administra, recursos financeiros próprios e autônomos as quais ela pode decidir em contratar quem quer que seja para fazer a segurança. Se ela tem toda esta autonomia então ela é uma CIDADE, e sendo uma cidade, talvez ela tenha que decidir sobre sua própria segurança, com uma reitoria no mínimo neutra, e idônea de qualquer interesse político.

Em contrapartida, o colegiado formado pelos alunos, professores, funcionários e seus dirigentes, é o que faz o pulsar da USP e precisa se entender e dialogar. Não há como decidir muito mais do que segurança mas "o que é de fato a USP!" dentro de um gabinete fechado e muito menos há como deliberar sobre tal assunto em um gabinete invadido.

Reduzir toda esta discussão junto a USP só pelo foco da segurança, ou somente sobre a prisão de três jovens fumantes de maconha, é reduzir a problemática da educação brasileira universitária pública em piada. Ou será que ninguém andou nos diversos campus públicos e particulares de inúmeras faculdades e lá não encontrou os adeptos a pequena planta.

É evidente que a USP não está bom e nunca esteve bem. Como disse 07 anos para se formar em um faculdade é um absurdo, tenho amigos que trabalham e que lá estudam que tem que "rebolar" para conseguir se formar, trabalhar meio período, negociar com seus empregadores, para que suas angústias não os leve ao mesmo fim da minha irmã, a desistência pelo cansaço. E pior sem a certeza que vão conseguir se formar em tempo hábil para se jogar no mercado de trabalho e fazer história. Quantos amigos meus desistiram deste empreitada! Como sempre a fumaça dos exaltados, a falta de vontade política e a tarja dos olhos que a imprensa coloca em si mesma reduz um problema educacional em "briguinha de rua".

Além dos descaso em relação a educação eu vejo a total incompetência dos movimentos e associações ao defenderem os interesses as quais representam, a sua total falta de organização e noção, tomando ações e expondo para um impressa que trabalha muito mais com a desinformação do que com a informação, o lado "podre", o lado "ilegal", o lado sem nexo dos movimentos. É um pena porque atitudes sem planejamento, pauteadas no emocional e não na racionalidade, fazem com que haja uma corporação imensa, quase um esquema de guerra em uma cidade universitária e não na cracolândia aonde moro que inclusive a muito tempo não vejo nem um, nem dois, muito menos três adeptos da pequena planta, presos ou pelos menos convidados a ir até uma unidade da PM dar esclarecimentos.

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